É bastante comum que certas características relacionadas a forma como o indivíduo lida com suas próprias emoções tornam-se mais evidentes durante a fase da adolescência. Geralmente é nessa fase que alguns pais começam a perceber que existe algo de errado na forma como seu filho age e se expressa. Agressividade, tristeza excessiva, intolerância a frustração, dificuldade para seguir regas, comportamento auto lesivos, problemas de relacionamento interpessoal, embotamento afetivo, carência excessiva e sentimento de vazio e miséria, podem ser sinais de que seu filho sofre de desregulação emocional.
Como já mencionei em outros textos, a desregulação emocional está relacionada principalmente a intensidade e duração da emoção. Ou seja, indivíduo que sofrem de desregulação emocional são mais sensíveis à estímulos emocionais (e por isso sentem mais) e levam muito mais tempo para se recuperar de emoções intensas. Por trás disso existe uma dificuldade em identificar, gerir e modificar as próprias emoções.
Uma das principais causas da desregulação emocional está ligada a forma como o indivíduo aprende a lidar com as próprias emoções, ou seja, ao tipo de educação emocional que recebeu. Sendo assim, quero te levar a uma breve reflexão sobre que tipo de educador emocional você está sendo, por meio de uma pergunta principal:
Como você reage frente às expressões de emoções, sensações e pensamentos de seu filho?
Basicamente, existem dois modelos de educação emocional: o validante e o invalidante.
O educador validante é aquele que leva em consideração as emoções expressadas, independente delas serem positivas ou negativas. Ou seja, ele trata as emoções do filho como sendo verdadeiras, mesmo não concordando necessariamente com as ações que ele teve, ou mesmo não conseguindo compreender muito bem a emoção. O educador validante entende que emoções, sensações e pensamentos são involuntários, ou seja, não temos a capacidade nem o controle sobre o que vamos pensar ou sentir. Temos apenas o controle sobre como vamos conduzir nossos pensamentos e sentimentos. Além disso, o educador validante possui tolerância a expressões de emoções, sensações e pensamentos negativos.
Já o educador invalidante tem tendência em julgar, punir e/ou banalizar as emoções do filho. Por meio das suas reações, ele deixa a entender que o filho está errado em sua descrição sobre as causas das suas emoções. Além disso, ele possui grande intolerância a expressão de emoções negativas e muitas vezes atribui essas expressões a características de personalidade socialmente inaceitáveis (por exemplo, fala que o filho é escandaloso ou dramático). O educador invalidante supervaloriza expressões de sentimentos e sentimentos positivos e passa a mensagem ao filho de que todos os problemas seriam resolvidos se ele pensasse ou sentisse de forma positiva.
O educador invalidante não ensina o filho a: rotular suas emoções e externalizar os pensamentos; modular sua excitação emocional; tolerar a tensão e formar objetivos e expectativas realistas e confiar nas suas respostas emocionais e cognitivas. O educador invalidante ensina ao filho que ele deve confiar nas respostas emocionais e nos pensamentos de outras pessoas apenas. Ou seja, ele torna o filho dependente emocionalmente!
É importante mencionar que não existe uma educação emocional 100% validante. É natural e até mesmo saudável que sejamos invalidantes com nossos filhos de vez em quando, até mesmo porque como pais, somos humanos e falíveis! De qualquer forma, é importante que possamos ser pais muito mais validantes do que invalidantes. Se você identifica que possui dificuldades na educação emocional do seu filho não hesite em procurar ajuda. Aprender a ser validante pode transformar a relação de vocês!
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