“Desde muito cedo aprendemos que expressar nossos sentimentos (principalmente os aversivos, como raiva, tristeza, ansiedade e frustração) não é uma conduta aceita na maioria dos contextos. Sofremos influência, principalmente da mídia, que demanda que sejamos felizes e que tenhamos prazer o máximo de tempo possível. O contrário é indicativo de que algo errado está acontecendo conosco. Com isso, a tendência é que passemos a esconder e fugir de nossos sentimentos. O problema está nos variados efeitos-colaterais que isso pode causar, como fuga de situações aversivas, dificuldade para resolver problemas e até mesmo abuso de substâncias”.
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) é um tipo de terapia comportamental que tem como objetivo ensinar ao cliente que, a partir da vivência de seus sentimentos, é possível alcançar os objetivos de vida. O sofrimento é visto como inflexibilidade psicológica, ou seja, diminuição da capacidade de se comportar de maneiras variadas. Assim, a partir do momento em que fugimos dos sentimentos que nos afligem, paramos de agir e de buscar alternativas que possam ser úteis na resolução de nossas questões.
Por exemplo, uma pessoa que teve uma decepção amorosa. Devido a esta experiência dolorosa, ela pode passar a evitar futuros relacionamentos, emitindo comportamentos que demonstrem desinteresse por outra pessoa. Ao mesmo tempo, ela pode queixar-se de solidão ou abandono.
Assim, o indivíduo deixa de emitir comportamentos que trariam satisfação, e cria-se um círculo de sofrimentos. A ACT trabalha a aceitação dos sentimentos, para que então, possamos adotar atitudes coerentes com aquilo que desejamos para nossas vidas.
A ACT é indicada para o tratamento dos mais diversos transtornos psiquiátricos – transtornos de humor, transtornos de ansiedade, transtornos de personalidade, transtornos alimentares – até outros tipos de dificuldades – como, dor crônica, obesidade, estresse, tabagismo e automutilação.