O que é?

Todo relacionamento envolve o sentimento de ciúmes em certo grau. O ciúme é uma reação humana, e por si só, não é algo negativo. Ele demonstra que o parceiro(a) está se sentindo ameaçado frente a uma situação, com medo de perder a pessoa amada. Nesses casos, uma conversa sincera e tranquilizadora tende a amenizar o sentimento de insegurança. Porém, o ciúme patológico ou doentio, também conhecido como “Síndrome de Otelo” envolve uma constante percepção de que o indivíduo está sendo traído pelo parceiro (a). Assim, todo e qualquer estímulo pode servir como “sinal” de traição, mesmo que não haja qualquer vestígio de rival. O ciumento fundamenta não fundamenta suas ações em fatos reais, mas em falsas interpretações da realidade. Combater o ciúme patológico é de extrema importância, pois ele desgasta o relacionamento. O tratamento psicológico do ciúmes pode impedir que consequências mais graves (como por exemplo, um crime passional) ocorram.

Sintomas do ciúme patológico ou doentio

Não existe uma ferramenta de medição do ciúme, que possa definir se ele deve ser considerado normal ou patológico. Porém, o ciúme patológico causa intenso sofrimento, tanto para o ciumento quanto para o parceiro (a). De qualquer forma, existem algumas características que indicam a presença da Síndrome de Otelo e servem como alerta para a procura por um tratamento do ciúme patológico:

  • Controlar o parceiro (a);
  • Fazer visitas “surpresa”;
  • Checar e-mails, bolsas, telefone, contas do cartão;
  • Telefonas inúmeras vezes ao dia;
  • Implicar com a roupa do parceiro (a) e com seus amigos;
  • Seguir o parceiro (a) ou até mesmo contratar um detetive.

Em muitos casos pode haver agressão física e ameaças de diversas ordens, o que indica mais uma vez, a urgente necessidade de procurar um tratamento para o ciúme doentio.

Como identificar o ciúme patológico ou doentio

Como já mencionei, não existe um instrumento que mede o grau do ciúme. Porém, o ciúme patológico é um sentimento que gera uma série de consequências e desconfortos. O ciumento geralmente sente ansiedade, raiva, culpa, vergonha, insegurança contínua, baixa autoestima, medo incontrolável de perder o parceiro(a), desejo de vingança, depressão, remorsos e pensamentos intensos e recorrentes que o levam aos comportamentos compulsivos (por exemplo, os de verificação).  A vítima pode facilmente desenvolver um transtorno de ansiedade ou depressão, por conta das grandes limitações às quais é exposta pelo parceiro (a). Além disso, sentimentos de injustiça, angústia, medo do parceiro (a), perseguição, baixa autoestima, desesperança pela vida e sentimento de “perda de identidade” são constantes. É comum o afastamento dos amigos e até mesmo da família, nos casos mais graves. A presença desses sentimentos indica que a situação está “fugindo do controle” e a necessidade de combater o ciúme patológico deve ser priorizada.

Como a terapia pode ajudar

O tratamento psicológico do ciúmes, por meio das terapias de abordagem comportamental é altamente indicado, pois essas terapias possuem diversos estudos e pesquisas de alto grau de evidência científica. Quando quem procura o tratamento é a pessoa que sofre de ciúmes, o terapeuta busca identificar as causas desses comportamentos e procura entender, juntamente com ele, as contingências que o mantém a emitir tais comportamentos. Além disso, algumas crenças disfuncionais são reestruturadas. Da mesma forma, quando o paciente é a vítima, são feitas análises que buscam identificar quais comportamentos mantém os comportamentos ciumentos do parceiro(a). Além disso, o terapeuta procura elevar o autoconhecimento da vítima, para que assim, ela possa lidar com a situação de forma mais confiante e segura.

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