Certamente você conhece ou já conheceu alguém cujas formas de agir e pensar são pautadas em extremismos, ou seja, que demonstram total intolerância frente a exceções. Geralmente trata-se de indivíduos que, no primeiro momento, aparentam grande firmeza quanto as suas convicções, mas, nem sempre conseguem manter-se firmes nelas.
Não é difícil identificar esses padrões, basta ficar atento a forma como o indivíduo se expressa e se comporta nas situações. Falas como “para mim é tudo ou nada”, “gosto ou não gosto”, “não fico em cima do muro” ou “ se for, tem que ser para valer”, entre outras representam bem esse padrão. Esses extremismos podem ser percebidos em atitudes, como por exemplo, terminar relacionamentos que não oferecem grandes aventuras (ou altos e baixos), assistir a série de uma só vez, sem intervalos ou não assistir absolutamente nada, beber excessivamente ou se manter em abstinência completa e dizer as “verdades” na cara da pessoa, sem polimentos ou então, afastar-se dela.
A falta de flexibilidade oferece consequências negativas nos mais diversos contextos de vida, principalmente porque é bastante difícil alcançar objetivos e metas e manter-se envolvido com os mesmos, adotando atitudes inflexíveis. Assim, geralmente os indivíduos extremistas iniciam projetos/relacionamentos com muita empolgação e alta expectativa e pouco tempo depois tendem a abandoná-los.
Existem algumas dificuldades pontuais por trás dessa forma de agir e pensar e gostaria de explorá-las um pouco mais, principalmente para que o leitor consiga construir uma melhor compreensão em relação àqueles que possuem a característica do extremismo:
Identificar a “verdade” do outro
Manter-se em um pólo ou no outro, representa uma grande dificuldade em identificar e perceber a existência de outros pontos de vista. O indivíduo extremista parte do princípio de que existe apenas uma única verdade universal e absoluta e ele está sempre em busca dessa verdade. Porém, essa é uma visão distorcida sobre a realidade, pois, não existe apenas uma forma de perceber, de pensar, de sentir, de interpretar, de agir, de reagir e de viver. Cada um tem a sua! O indivíduo extremista precisa perceber que, mesmo se a verdade do outro for diferente da dele, é possível que ambas convivam no mesmo espaço e que não é preciso haver rompimentos por isso.
Equilibrar o emocional X racional
Normalmente indivíduos extremistas agem sob controle das suas emoções, ou seja, são impulsivas. Quando se apaixonam, por exemplo, podem logo apresentar o parceiro para toda família e amigos, convidá-lo para morarem juntos e até mesmo para terem filhos. Existe uma dificuldade em levar em consideração o lado racional, que avalia as consequências das ações, planeja a curto, médio e longo prazo e que se permite ter cautela antes de tomar qualquer tipo de decisão. Indivíduos extremistas precisam aprender a controlar suas emoções e impulsos.
Encontrar o “meio termo”
A expressão “Entre o 8 ou 80 ainda existem 72 possibilidades” é verdadeira! Mas, muito difícil de ser compreendida para quem é inflexível, pois simplesmente desconhecem outras formas de pensar e se comportar. É como se alguém pedisse para você trocar um pneu de carro sendo que nunca teve contato com isso e nem com qualquer tipo de manual que orienta sobre como fazê-lo. Assim é para eles pensar sobre outras 72 possibilidades. Indivíduos extremistas precisam ser ensinados e orientados para que aprendam a se comportar de forma flexível. É importante mencionar que, essa característica pode estar presente ou fazer parte de alguns quadros psiquiátricos, como é caso do Transtorno de Personalidade Borderline ou o Transtorno Afetivo Bipolar. Mas, o fato de ser extremista não necessariamente significa a existência de um transtorno. Se você é ou conhece alguém que sofre por apresentar características inflexíveis, procure ajuda profissional ou oriente a busca por alguém habilitado que possa acolher e ajudar.
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