A falta de motivação para interagir com pessoas e participar de situações sociais, tem surgido com frequência, como queixa, dentre o público que tenho recebido em meu consultório. Muitas vezes, não é esse o principal motivo pelo quais as pessoas procuram pela terapia. Porém, em algum momento do tratamento, surge essa queixa, que acaba se tornando um obstáculo a mais durante o processo. Por esse motivo, deve ser investigado e tratado seriamente.
Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que, podem existir inúmeros motivos pelos quais uma pessoa pode estar desmotivada socialmente. Existem várias condições que podem levar a isso. Por isso, é necessário que cada caso seja avaliado separadamente. Então, durante nesse texto, gostaria de levantar apenas uma hipótese, sem ter a intenção de generalizar.
Além disso, é importante frisar a importância da convivência com o outro. Como seres humanos, temos a necessidade de conviver com seres como nós. Sempre falo às pessoas que atendo que, socializar é uma necessidade básica, assim como, se alimentar e respirar. Claro que, algumas pessoas apresentam maior necessidade e outras, menor. O interessante é que, mesmo não sentindo a vontade/necessidade de estar com outros, o isolamento/solidão pode acarretar em sintomas como tristeza, apatia, falta de disposição, ansiedade, entre outros.
Então, se é assim tão importante, por quê sinto desconforto e falta de vontade de estar com pessoas? A resposta é simples: socializar dá trabalho e exige esforço! O esforço começa desde antes da socialização, na verdade. Antes de sair de casa, já precisamos pensar em uma roupa para vestir e programar o horário (mesmo sendo algum compromisso informal). Na hora, precisamos pensar no que falar e em como falar. Iniciar e manter conversas, ou, até mesmo permanecer no ambiente com pessoas, sem mesmo interagir com elas, exige bastante do nosso cérebro. Conseguir se comportar socialmente é algo mais complexo do que imaginamos!
O problema aqui é que, de alguma forma, tudo que exige mais esforço, tendemos a querer evitar. Nós seres humanos funcionamos assim. A grande questão aqui é o hábito. Aprendemos a estar com pessoas e fazer esses esforços sociais desde pequenos, ou seja, construímos esse hábito ao longo da vida. Uma vez que “nos acostumamos” a fazê-lo, deixa de ser trabalhoso e não sentimos mais como se fosse “um peso”. Muito pelo contrário, passa a ser prazeroso! Sendo assim, o mais difícil e trabalhoso é o começo, ou seja, criar o hábito.
Recentemente, passamos por um período de pandemia, que gerou inúmeras mudanças na vida das pessoas. A necessidade de estar em isolamento completo, trouxe consequências negativas, principalmente para a saúde emocional/psicológica das pessoas. E uma delas foi a dificuldade no retorno à socialização, pela falta de motivação e vontade de fazê-lo. Substituir o hábito de interagir socialmente por outros hábitos “solitários”, como, assistir, jogar e navegar nas redes sociais, prejudicou a habilidade de socialização e a motivação social.
Mas o que isso tem a ver com motivação? Tudo o que deixamos de fazer por um tempo, deixa de ser prazeroso. Quando nos afastamos de um hábito, que foi construído e que nos faz sentir prazer, automaticamente, “nos acomodamos” e tendemos a nos engajar em hábitos menos trabalhosos. É como se esquecêssemos que algum dia gostávamos de socializar.
Interagir socialmente é um hábito que precisa ser construído, pois é saudável e extremamente importante! Se você tem sentido falta de motivação social, procure um especialista que possa orientá-lo a retomar esse hábito
CRP-PR 08/19451
Atendimento em Curitiba – Batel
Disponibilidade para atendimento online
Agendamentos e informações : (41) 9 9208-8808 , contato@psicologiacuritibapr.com.br