Muitos casais que recebo na clínica se queixam das diferenças que percebem entre si, na forma, de lidar com as finanças, de educar os filhos, de conduzir a vida profissional, de relacionar-se com amigos e familiares, de fazer planos para o futuro, de lidar com os mais variados sentimentos, de reagir aos problemas, entre outras milhares. Certamente, as diferenças podem ocasionar em conflitos e assim, as discussões acabam gerando em torno de tentar achar “o culpado” e “o errado” da situação. Obviamente, nessa luta cada um defende a sua verdade e, isso acaba em ofensas, acusações e “jogação na cara”. No final das contas, esquece-se o real motivo da discussão.
Sendo assim, lidar com as diferenças não se trata de achar o culpado. Mesmo porque, quando atendo um casal e ouço a versão dos fatos de cada um, na maioria das vezes, percebo que há verdades em ambos os relatos. Costumo falar que meu dever como terapeuta não é assumir o papel de “juiz”, ou seja, não darei sentença de culpa para nenhum dos dois. Uma das formas de lidar com as diferenças e com a resolução de conflitos, está relacionada às habilidades de comunicação de cada um. Afinal, nenhum ser humano é igual ao outro e, o fato de haver diferenças entre eles, não necessariamente significa que precisam conviver com constantes conflitos.
Levando isso em consideração, seguem abaixo 3 dicas que podem melhorar a capacidade de comunicação e, consequentemente, o convívio com o parceiro:
1. FALE:
Parece óbvio, mas, é bastante comum o casal “fingir” que nada aconteceu, “fingir” que não sentiu desconforto com a atitude do outro e “fazer de conta” que não percebeu o desconforto do parceiro. Por trás disso, existe uma “crença” de que, se os assuntos e desconfortos forem abordados, gerará um conflito. Porém, as situações não costumam se resolver “sozinhas”. Problemas não resolvidos podem até ficar escondidos, mas, após certo tempo ressurgem. Por isso, FALE sobre as diferenças, desconfortos, conflitos, etc.
2. FALE SOBRE VOCÊ:
Aqui entra a parte prática sobre COMO falar. Quando iniciamos uma conversa com o parceiro, é comum começarmos com “Você fez…” Existem dois motivos pelos quais isso geralmente gera conflito:
1) Você começa acusando o outro, e ninguém gosta de ser acusado;
2) Você não comunica nada sobre si, ou seja, não fala sobre os motivos pelos quais algo desagradou você.
3.FALE SOBRE SENTIMENTOS:
Se não é legal iniciar uma conversa se defendendo e acusando, como se expressar então? Você pode começar falando sobre como se sentiu perante determinada situação, reação ou ação do parceiro. Algo do tipo “Eu me senti frustrada quando…”. Perceba e expresse os sentimentos que estão por trás da raiva e do ódio. A idéia é mostrar ao parceiro que você está desarmado e que ele não precisa armar sua ferradura para se defender e estocar novas armas.
Ter êxito no relacionamento afetivo demanda de diversas habilidades do casal, e a comunicação assertiva e não violenta é apenas uma delas, Quanto maior for o autoconhecimento de cada um, mais chances possui de comunicar ao outro suas necessidades, expectativas, sentimentos e pensamentos. Por isso, se você identificar dificuldades em si e no parceiro, que interferem no relacionamento, procure a ajuda de um profissional.
Gabriele Lederer – Psicóloga
Atendimento em Curitiba – Batel
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