Esse texto vai especialmente para todas as pessoas que se encontram na busca por um relacionamento afetivo satisfatório. Nesse contexto, uma das queixas mais frequentes tem sido a dificuldade em encontrar parceiros que queiram se comprometer. Uma das frases que mais ouço é “Não está fácil encontrar alguém. As pessoas não querem nada sério hoje em dia”. O interessante, muitas vezes, é que, as mesmas pessoas que falam isso são as que apresentam comportamentos de desinteresse e não comprometimento quando começam a se relacionar. Mas por que isso acontece?
Logicamente, podem haver vários motivos pelos quais alguém interessado por outra pessoa, começa a sabotar a relação, “caindo fora” aos poucos. Porém, uma das principais razões está relacionada a dificuldade em lidar com uma possível frustração. Nessa hora surgem as lembranças dos envolvimentos do passado que não deram certo, das dores de ter sofrido uma traição ou até mesmo das inúmeras pessoas que já conheceu e que acabaram em algum momento se afastando sem motivos aparentes. Todo esse histórico e, com ele, o medo de se frustrar mais uma vez, pode contribuir para que alguém não se comprometa verdadeiramente ou afaste o outro.
Uma história para ilustrar este ciclo de frustração
Para ilustrar esse ciclo, vou contar um caso que atendi há algum tempo. Danilo (nome fictício) era um rapaz jovem e bonito, que teve 2 relacionamentos sérios. Um deles durou pouco tempo, foi um “namorico de criança”, segundo ele e o outro durou bastante tempo, entre idas e vindas. Acabou definitivamente quando, após meses de desconfiança e comportamentos estranhos da namorada, ele de fato confirmou a traição. Depois disso, passou a sentir-se extremamente desconfiado com tudo e todos. Danilo passou um tempo saindo com pessoas sem querer se comprometer mesmo. Mas, após alguns meses sentiu falta de um relacionamento mais profundo. Então, conheceu Luana (nome fictício), uma moça que dava todos os indícios de que também queria algo duradouro. A medida em que a paixão foi crescendo por ela, o medo de se frustrar novamente aumentava na mesma proporção. Então, de forma automática, ele começou a apresentar um ciúme tão intenso, que Luana passou a se afastar lentamente.
Nesse caso, a lógica de Danilo era de que Luana precisava provar a todo custo seu amor e fidelidade por ele, mesmo quando ele a rejeitava por telefone e a deixava por horas e dias no vácuo, simplesmente por achar que ela tinha feito algo errado. Só assim ele conseguiria aquietar o medo da frustração e ter mais certezas do sentimento dela. Por outro lado, ela, por mais que gostasse dele, passou a se cansar em insistir e ser rejeitada e acusada de coisas que não fez. Porém, o afastamento dela eram provas para Danilo de que ele realmente não podia confiar em ninguém e de que não encontraria ninguém que quisesse se comprometer. No fundo, ele não percebia que seus próprios comportamentos eram os responsáveis pelo afastamento de Luana.
É clara e evidente nesse caso, que a dificuldade de Danilo em lidar com o risco da frustração, está minando um relacionamento com grande potencial de ser satisfatório para ele. Danilo precisa aprender que:
- Para ter bons relacionamentos é preciso correr riscos. Ninguém possui o poder de controlar o comportamento do outro;
- O medo de se frustrar estará presente em qualquer envolvimento que ele vier a ter. Qualquer tipo de relacionamento está sujeito a uma frustração;
- Ele não pode permitir que o medo de se frustrar domine seus comportamentos;
- Controlar o medo não significa deixar de senti-lo, e sim, reconhecer que ele existe e encontrar novas formas de lidar com ele, conversando com Luana sobre suas inseguranças, por exemplo.
Encontrar alguém interessante para se relacionar de fato não é uma tarefa simples. É preciso ter persistência, paciência, resiliência e ferramentas para lidar com o risco da frustração. Se você possui dificuldade em algum desses aspectos, procure por um profissional habilitado para lhe ajudar nessa busca por alguém que valha a pena.
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