Imagino que, em algum momento você já tenha tido a sensação de que sua cabeça irá explodir de tanto pensar em alguma situação que irá acontecer, em como achar a melhor solução, calcular todos os riscos, prever todas as consequências, as falas e reações das pessoas envolvidas, inclusive os sentimentos, dentre outros pensamentos relacionados – e que normalmente são negativos e catastróficos. Quando isso acontece, o trabalho mental é enorme e nos sentimos extremamente exaustos. Mesmo assim, é bastante comum que passemos por momentos assim, especialmente, quando enfrentamos alguma situação nova e/ou adversa.
Porém, para alguns indivíduos, esse fluxo de pensamentos intensos ocorre com uma frequência muito maior, passando a se tornar um problema, que pode limitar a vida como um todo. Os pensamentos obsessivos podem ser resultados de momentos de stress ou trauma e dificuldade no enfrentamento de situações, ou podem estar associados a condições específicas, como, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, síndrome do pânico, transtornos alimentares, entre outras.
Afinal de contas, até que ponto é normal ter pensamentos negativos/intrusivos? Como saber se meu desgaste mental está excedendo os limites? Para responder a essas perguntas, gostaria de caracterizar o que chamamos de “pensamentos obsessivos”:
Ideias insistentes, persistentes e recorrentes:
As pessoas que sofrem com pensamentos obsessivos, muitas vezes relatam não possuírem controle nenhum sobre seus pensamentos, ou seja, trata-se de conteúdos bastante invasivos, que parece que “surgem do nada” e o “tempo todo”. É o que popularmente chamamos de “paranoia”.
Os conteúdos são irreais ou catastróficos:
Os pensamentos obsessivos não são baseados em fatos. Isso quer dizer que, não há nada que comprove a legitimidade do conteúdo ou alguma possibilidade de que ele possa se tornar real algum dia. São normalmente ideias ilusórias ou até mesmo dramáticas demais sobre o passado ou futuro. Por exemplo, pessoas com pensamentos obsessivos sobre o passado intensificam tanto os fatos que, quando os mesmos são contados por terceiros, parece não se tratar da mesma situação. Ou seja, há uma distorção da realidade.
De que forma os pensamentos obsessivos podem afetar a vida do indivíduo?
Geram um desgaste intenso:
Outros sintomas podem surgir a partir da existência de pensamentos obsessivos, como por exemplo, tristeza, falta de disposição e energia, ansiedade, irritabilidade, entre outros. O desgaste pode passar a ser físico, inclusive, impedindo o indivíduo de se envolver nas atividades cotidianas.
Atrapalham na concentração:
Por serem extremamente intrusivos, os pensamentos obsessivos podem surgir nas horas mais inoportunas, como por exemplo, na hora de dormir, de trabalhar, de dirigir, de socializar com os amigos, entre outras. Algumas pessoas chegam a relatar que se sentem distantes da realidade. Isso ocorre porque, quando os pensamentos surgem, todas as atenções se concentram neles, o que torna impossível a concentração nas tarefas e atividades do presente momento.
Podem gerar comportamentos obsessivos:
É comum alguns indivíduos desenvolverem formas de lidar com os pensamentos, e que, servem para aliviar temporariamente a tensão gerada por eles. Alguns exemplos são atitudes repetitivas como, limpar, rezar, verificar itens da casa, entre outras.
Podem gerar comportamentos evitativos:
Pela intensidade do sofrimento causado pelos pensamentos obsessivos, é comum o indivíduo passar a evitar situações, lugares ou pessoas que possam representar alguma ameaça fantasiosa ou consequência catastrófica. Porém, muitas vezes, a própria evitação acaba intensificando o sofrimento, ao passo que o indivíduo deixa de participar ativamente da sua vida, o que gera ainda mais problemas e pensamentos obsessivos.
É importante mencionar que trata-se de uma condição na qual o indivíduo sofre intensamente. Muitas vezes, as pessoas que com ele convivem, não conseguem fornecer o acolhimento adequado, ou por não compreenderem a gravidade ou por direta ou indiretamente sofrerem consequências pela própria situação limitante do indivíduo. De qualquer forma, existem maneiras de aliviar esse sofrimento e a psicoterapia é uma ótima opção para aprendê-las!
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