O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico de origem genética que acomete cerca de 5 a 12% da população mundial. A algum tempo era visto como um transtorno infantil, porém, o que de fato acontece é que muitos adultos, por não terem sido diagnosticados e tratados na infância, passam até a fase adulta convivendo com os sintomas e, assim, tornam-se adultos com TDAH.
Os principais sintomas estão relacionados a desatenção, hiperatividade e impulsividade. É comum que a hiperatividade seja mais visível nas crianças. Os adultos muitas vezes relatam sentir uma “inquietação mental ou interna”. Os prejuízos na vida do indivíduo com TDAH podem ser múltiplos, acometendo as áreas mais significativas, como a profissional, acadêmica e social. É comum surgirem dificuldades e conflitos – provenientes de características específicas – relevantes no relacionamento afetivo, quando um dos parceiros sofre de TDAH. Seguem algumas características que costumam irritar os parceiros:
– Impulsividade/desatenção:
Conflitos do tipo “mas você nem me consultou antes de tomar tal decisão” são bastante frequentes nesses casais. O motivo pelo qual isso acontece é que, o cérebro do TDAH funciona em um ritmo tão acelerado, que quando ele menos percebe, já teve alguma atitude, antes dele mesmo pensar e avaliar se aquilo de fato era o mais efetivo para o momento. Atitudes impulsivas normalmente fazem o parceiro se sentir desvalorizado, invalidado e inferior, causando raiva e tristeza. Esquecer de comunicar algo ou, achar que comunicou, quando na verdade não o fez, acontece com frequência na vida do TDAH. Essa característica está relacionada a falta de atenção às coisas que fala ou que lhe são ditas.
– Procrastinação:
Os parceiros do TDAH normalmente se queixam das atividades, principalmente relacionadas a tarefas domésticas, que são “empurradas com a barriga” pelo outro. A pessoa com TDAH possui maior dificuldade para se envolver em tarefas que não lhe trazem prazer a curto prazo e, por isso tende a procrastinar. É importante mencionar que, o desenvolvimento de algumas estruturas importantes do cérebro do TDAH, voltadas ao sistema de recompensa, são comprometidas e isso está diretamente relacionado à característica descrita acima. Obviamente, o parceiro queixa-se da “má vontade, preguiça e indiferença” do outro.
– Necessidade de recompensa, elogio ou reconhecimento:
A pessoa com TDAH, justamente por conta desse comprometimento de certa área cerebral, tende a ser mais funcional quando existem mais recompensas disponíveis e quando estas ocorrem logo após a execução de alguma tarefa. Transferindo essa característica para o relacionamento afetivo, é comum o parceiro se queixar da extrema necessidade de elogios e aprovação que o outro tem. Assim como também é comum a pessoa com TDAH se queixar dos tremendos esforços que faz em prol do relacionamento, e não ser reconhecido por isso.
– Dificuldade em receber críticas:
Da mesmo forma, é comum que o indivíduo com TDAH sinta emoções muito mais intensas quando é criticado pelo outro. Assim como o elogio/recompensa possui um efeito “mágico”, a crítica, falta de reconhecimento ou até mesmo a falta de atenção, pode ser desastrosa, fazendo a pessoa com TDAH se sentir abandonada e até mesmo rejeitada pelo parceiro.
O TDAH é um transtorno invasivo e incapacitante, mas muitas vezes é visto pelas pessoas no geral, como “preguiça, falta de vontade, grosseria e falta de respeito”. Por isso, se você se identifica com as características, procure ajuda imediatamente. Pois, apesar da gravidade dos sintomas, com o tratamento adequado, é perfeitamente possível ter uma vida satisfatória.
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