Como seres humanos, naturalmente somos altamente influenciáveis. Isso não tem nada a ver com “personalidade fraca” ou “falta de opinião”, mas tem a ver com a biologia do nosso cérebro e com a forma como funcionamos desde o nosso nascimento. Inclusive, existem diversas pesquisas científicas que provam esse fato. As pessoas com quem mais convivemos, são as que possuem maior potencial de influência sobre nós. Sendo assim, nosso parceiro afetivo obviamente é um grande influenciador, e isso é perfeitamente normal.
A grande questão aqui está relacionada a qualidade dessas influências. E nesse texto em específico, quero me dedicar a falar sobre os efeitos que essas influências podem causar na forma como alguém se sente e pensa em relação a si mesmo.
Nossa personalidade, mais especificamente, nosso senso de Self, que é a forma como nos vemos e nos definimos, é formada desde o momento em que nascemos e, a partir do que os outros dizem sobre nós mesmos e a forma como eles tratam nossos sentimentos e pensamentos, começamos a definir nosso Eu.
Em um relacionamento afetivo, isso também acontece. A forma como nosso parceiro nos define, trata nossos pensamentos e sentimentos, ao longo do tempo, pode muitas vezes, reformular a maneira como nos vemos e percebemos. Em outras palavras, nossa autoestima pode melhorar ou piorar a partir do relacionamento. Seguem abaixo alguns aspectos importantes para você ficar atento e poder tirar conclusões a respeito da qualidade dessas influências:
– Reconhecimento das suas necessidades: Dentro de um relacionamento saudável, é natural que haja parceria. Ou seja, hora as necessidades de um são prioridade e hora as do outro. Assim, ambos conseguem “abrir mão” de algo que é importante para si, em prol da necessidade do outro. Também é normal frustrarmos o outro, quando não conseguimos satisfazer as necessidades dele. Mas, isso não necessariamente deve trazer à tona um enorme sentimento de culpa.
– Reconhecimento das suas qualidades/competências: Esse aspecto diz respeito a forma como seu parceiro afetivo trata os seus pontos fortes e em como ele admira você. Parceiros que se admiram, incentivam as conquistas um do outro e contentam-se com elas. Isso também requer “abrir mão”, muitas vezes das próprias necessidades. Com isso, não quero dizer simplesmente que precisam existir elogios e reconhecimentos, mas, em relacionamentos saudáveis, as críticas, reclamações e xingamentos fazem parte, mas não são os protagonistas.
– Reconhecimentos dos seus sentimentos negativos: É difícil e impossível estar sempre de acordo e compreender os sentimentos do parceiro. Mesmo porque, tanto nós como o parceiro, podemos ser os causadores desses sentimentos. Porém, reconhecer o sentimento do outro significa de certa forma, aceitar a existência dele, mesmo que nada possa ser feito para mudá-lo. Não reconhecer significa de alguma forma dar a entender que o outro não tem direito de se sentir triste, frustrado, etc.
Relacionamentos que fazem você sentir culpa por ter necessidades, defeitos e sentimentos negativos, ao longo do tempo podem “apagar” a sua personalidade/self, de forma a não reconhecer a si mesmo. Relacionamentos que reconhecem esses três aspectos, tendem a fortalecer a sua personalidade/self, de forma a conseguir definir exatamente quem você é.
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