Altas habilidades é o termo utilizado para descrever as pessoas que apresentam uma capacidade acima da média, em uma ou mais áreas específicas, combinada com um quociente de inteligência (QI) entre 115 e 129 (a média de QI no Brasil é de 87, segundo a Escala Wechsler). Estima-se que, cerca de 2% da população brasileira e 5% da população mundial, apresenta sinais de altas habilidades. É importante mencionar que altas habilidades é considerada uma neurodivergência, pois a forma como o cérebro das pessoas com AH processa as informações, é diferente.
Algumas das características da pessoa com AH são: rapidez na aprendizagem, perfeccionismo, persistência, independência e auto-direcionamento (iniciam tarefas por conta), persuasão e capacidade de influenciar os outros, habilidades nas artes (música, dança, desenho, etc), destaque na linguagem e no vocabulário, fácil adaptação a novos ambientes e situações, independência na forma de trabalhar, originalidade, criatividade, versatilidade, excelente habilidade argumentativa, resistência a repetição e rotina, sensibilidade à verdade e à honra, entre outros.
Na maioria das vezes, as pessoas com altas habilidades são vistas pelos outros como “alguém muito inteligente que nasceu premiado”. A verdade é que, ao mesmo tempo em que se trata de pessoas que possuem habilidades excepcionais e fora do comum, e que, por isso, podem se tornar excepcionais profissionais e alunos, também podem resultar em seres humanos frustrados e infelizes, quando essas habilidades não são bem direcionadas ao longo da vida.
Por que isso pode acontecer? Como em todas (ou a maioria) das situações e condições, há o lado positivo, e também o lado negativo. Pessoas com AH podem se deparar com muitas dificuldades, de âmbito psicológico e emocional, ao longo da vida – normalmente mais do que pessoas sem AH. É nessa parte que entra a possibilidade de desenvolverem uma sensibilidade emocional intensa ou desregulação emocional.
Como isso pode acontecer? Seguem a seguir algumas dificuldades comuns em pessoas com AH:
- Auto-cobrança exacerbada (perfeccionismo): Normalmente, pessoas com AH são extremamente críticas consigo mesmas e intolerantes aos próprios erros. Essa característica pode, facilmente, levá-los a demonstrações de raiva intensas (quando não alcançam o resultado estipulado por eles mesmo) e à tristeza/desmotivação, por, muitas vezes, se isolarem e não se engajarem em tarefas nas quais correm o risco de cometer algum erro.
- Intolerância a frustração e dificuldades: Pessoas com AH apresentam facilidade na aprendizagem. De qualquer forma, não possuem facilidade em absolutamente todos as áreas. Pelo contrário, precisam lidar com conteúdos difíceis também. Normalmente, se engajar na aprendizagem de algo considerado difícil pela pessoa com AH, pode gerar sentimentos extremamente negativos e intensos. Pois, ao longo da vida, ela se habitua com o fato “da maioria das coisas serem fáceis” e assim, pode se tornar intolerante as tarefas/situações que considera difíceis.
- Dificuldade para estar em ambientes com poucos (ou os mesmos) estímulos: Pessoas com AH possuem grande tendência a se sentirem entediadas quando não se sentem constantemente desafiadas ou interessadas em algo. Dessa forma, uma rotina desinteressante de trabalho ou estudo, pode gerar sentimentos intensos, como raiva, tristeza, decepção e frustração.
Pessoas com AH precisam aprender a compreender sua forma de funcionamento e suas dificuldades, para que então, consigam desenvolver estratégias, a fim de levar uma vida funcional e satisfatória.
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