Quando falamos em amor próprio, na maioria das vezes, pensamos em atitudes e comportamentos concretos e “visíveis” por nós mesmos e por aqueles que nos rodeiam. Logo, imaginamos ações como, praticar atividades físicas, alimentar-se bem, zelar pela beleza ou até mesmo, tirar um tempo para se divertir com os amigos. Todas essas atividades certamente demonstram um zelo pelo nosso corpo e bem-estar e são práticas de amor próprio.
Porém, nesse texto gostaria de levar você a refletir para além dessas atitudes e mostrar um lado mais “profundo” do amor que pode desenvolver por si mesmo.
Em primeiro lugar, gostaria que parasse por alguns instantes para pensar sobre como você foi ensinado a tratar os outros. Imagino que irá me responder algo do tipo, ”ser gentil, educado, atencioso, prestativo, que aprendeu a consolar os amigos e familiares quando esses têm problemas, sem necessariamente julgá-los”. Agora, quero que reflita sobre a maneira como você dialoga consigo mesmo. Como são suas conversas internas? Como você se trata?
Imagino que talvez você nunca tenha reparado nisso, o que de fato é bastante comum, pois normalmente nosso aprendizado é muito mais focado em formas de nos relacionarmos com o próximo. Porém, a maneira como conduzimos nossos diálogos internos diz respeito não somente à nossa autoestima (ou seja, como nos sentimos conosco e pensamos ao nosso respeito), mas também à nossa saúde mental no geral.
É bastante comum que alguns tipos de sofrimento psicológico estejam ligados a essa questão. Como por exemplo, níveis elevados de estresse e exaustão podem ser derivados de altos níveis de exigência e auto cobrança. Uma pessoa que se julga e se culpa quando deixa alguma tarefa em aberto, que não se permite aceitar ajuda, que se sente culpada quando não consegue acatar alguma demanda e que não se perdoa quando comete algum erro, facilmente se sobrecarrega e pode entrar em exaustão física e mental.
Da mesma forma, problemas de relacionamento podem estar diretamente relacionados à sentimentos de vergonha e inadequação social. Por exemplo, uma pessoa que se sente constrangida em expor sua opinião e seus gostos automaticamente não limitará o próximo e, pode vir a se envolver em relacionamentos abusivos.
Amor próprio tem a ver com desenvolver compaixão, validação, tolerância, respeito e gentileza por nós mesmos. Tem a ver com a aceitação de que somos seres falíveis e de que nem tudo está sob o nosso controle (e nem precisa estar).
Para finalizar, gostaria de deixar uma pequena tarefa a você leitor(a): tire um dia para prestar atenção à forma como você se trata quando esqueceu de fazer algo que o chefe solicitou, quando teve pouco tempo para seu filho, quando pegou o caminho com maior congestionamento para o trabalho ou quando preparou uma refeição que não agradou o paladar dos seus amigos. Ou seja, preste atenção em como você lida com o fato de ser falível! Nos próximos textos darei algumas dicas para que você consiga se amar mais .
Gabriele Lederer – Psicóloga
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