A Terapia Comportamental Dialética (DBT) é conhecida atualmente como a terapia mais eficaz para o tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) e outras condições onde existe desregulação emocional. Diferente de outros modelos de terapia, ela possui características particulares e até mesmo condições, que o paciente deve avaliar antes de decidir seguir esse tipo de terapia. Basicamente, algumas delas dizem respeito a própria estrutura do tratamento e outras estão relacionadas à disposição do paciente e do terapeuta – fase de pré-tratamento (irei discutir nos próximos textos).
Durante esse texto falarei especificamente sobre a estrutura do tratamento. Para que o tratamento possa de fato ser considerado baseado nos princípios e pressupostos da DBT, ou seja, “original”, não basta apenas o psicólogo se nomear como “terapeuta DBT”. O tratamento precisa possuir a seguinte estrutura:
Terapia Individual com coaching telefônico:
As sessões individuais, e com o terapeuta principal, como em qualquer outro modelo, precisam ocorrer 1 vez por semana, com duração aproximada de 50min. Durante as sessões, existe uma ordem na qual os assuntos serão discutidos e o terapeuta direciona a sessão baseada nessa ordem. A ordem consiste em 1- comportamentos que interferem na terapia; 2 – comportamentos de risco; 3 – comportamentos que interferem na qualidade de vida (falarei mais a respeito no próximo texto). O coaching telefônico, ou seja, contato do paciente com o terapeuta fora do horário da sessão, é permitido apenas para momentos de crise (situações que coloquem a vida do paciente em risco) e tem duração de 10 minutos. Esse contato serve para que o terapeuta oriente o paciente a utilizar alguma das habilidades previamente aprendidas no grupo, a fim de colocá-las em prática na “vida real”. As sessões individuais servem para 1) ensinar o paciente a ter controle comportamental – a partir das habilidades aprendidas em grupo e outras estratégias – presentes na sua vida; 2) manter a motivação do paciente em relação a sua mudança e a terapia; 3) experimentar emoções sem intenso sofrimento; 4) ensinar a sentir felicidade e infelicidade; 5) ensinar a sentir alegria e liberdade. Esses 4 estágios da terapia servem para aumentar a capacidade do paciente, para que ele consiga alcançar suas metas de vida. É recomendado que o paciente permaneça em terapia por pelo menos 1 ano.
Grupo de Habilidades:
O grupo de habilidades trata-se de um contexto, com demais pessoas, no qual o paciente participa e é ensinado a utilizar 4 estratégias/habilidades: Mindfulness (ou Atenção Plena), Regulação Emocional, Tolerância ao mal estar e Efetividade Interpessoal. Não se trata de uma terapia em grupo. As sessões acontecem 1 vez por semana, com duração de 2 horas, por aproximadamente 6 meses. São aulas, com materiais e conteúdos específicos voltados para o ensino das 4 habilidades mencionadas. O grupo de habilidades serve para ensinar o paciente comportamentos hábeis para a resolução de problemas, e que substituirão formas prejudiciais, que foram até então utilizadas por ele para lidar com situações difíceis.
Equipe de consultoria do psicólogo:
Todo psicólogo que conduz uma terapia DBT deve participar de um grupo de consultoria, juntamente com outros profissionais. O grupo serve basicamente para que o próprio psicólogo tenha um suporte, e assim, possa se manter motivado para conduzir a terapia com seus pacientes e também, para que possa se manter fiel aos princípios e pressupostos da DBT.
Conduzir uma terapia em DBT exige esforço, tanto do terapeuta quanto do paciente. No que diz respeito ao terapeuta, é preciso ter um preparo específico para lidar com pacientes que sofrem tão intensamente. Por isso, antes de se envolver em um tratamento, procure se certificar de que o terapeuta está apto a lhe proporcionar aquilo que você precisa para construir uma vida que vale a pena ser vivida.
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