Gostaria de iniciar o texto fazendo uma breve distinção entre a dependência saudável e aquela que pode ser prejudicial. De certa forma, todos dependemos do outro, pela simples característica social da nossa espécie. Precisamos de afeto, cuidado, troca, compartilhamento e intimidade. Nascemos totalmente dependentes, não só fisicamente, mas, diversos estudos apontam que um bebê não é capaz de sobreviver sem a presença de afeto. Assim, por mais que alguém diga que é totalmente independente, a necessidade de socialização permanece – em níveis diferentes para cada um – e isso é perfeitamente saudável!
Porém, quando um indivíduo demonstra grande dificuldade para se desconectar do outro – em vários aspectos – podemos suspeitar de certa dependência emocional. Abaixo descreverei algumas dificuldades/características específicas que pessoas emocionalmente dependentes apresentam:
Dificuldade em identificar interesses/pensamentos/sentimentos: Essa característica sugere a necessidade do outro para se “auto-orientar”. Isso pode ser notado em situações cotidianas, como, grande dificuldade para tomar pequenas decisões/iniciativas, mudar de opinião com frequência (ser altamente influenciável) e basear suas ações na avalição que o outro faz sobre ele (fazer muito esforço para agradar ao outro).
Intenso sofrimento na ausência do outro: Como o outro acaba servindo de “termômetro” ou “guia”, o indivíduo dependente pode se sentir completamente perdido e desesperado na sua ausência. Afinal, como conduzir um veículo sem o motorista!?
Tendência para construir relacionamentos conflituosos: Tanta dependência acaba gerando um desgaste em qualquer relacionamento. É muito comum os parceiros desses indivíduos relatarem se sentir sufocados e cansados, o que pode gerar conflitos frequentes.
Dificuldade em terminar relacionamentos: A dependência emocional, em alguns casos, pode se tornar tão intensa que, mesmo se o indivíduo estiver em um relacionamento extremamente destrutivo e/ou abusivo, ele não consiga sair da situação (por não conseguir se orientar sozinho).
É importante mencionar que, precisar do outro emocionalmente é diferente de depender dele para dizer à você mesmo quem você é. Note que a diferença está na frequência e na intensidade da necessidade! Se gostou desse texto, fique atento aos próximos 😉
Gabriele Lederer – Psicóloga
Atendimento em Curitiba – Batel