Lidar com os sentimentos é uma tarefa bastante complexa e difícil. Isso acontece porque, quando falamos em emoções, automaticamente nos referimos à um vasto sistema. Nesse sentido, ser emocionalmente inteligente significa conhecer o máximo possível o funcionamento desse sistema, para poder controlá-lo, ao invés de permitir que “ele nos controle”. Assim, podemos dizer que, uma criança que identifica, nomeia e sabe encaminhar suas emoções certamente conhece esse sistema.
A falta de conhecimento emocional geralmente leva ao desenvolvimento de diversas dificuldades, podendo desencadear transtornos mais graves relacionados à desregulação emocional (como por exemplo, o Transtorno de Personalidade Borderline). Por esse motivo, é de extrema importância que os pais contribuam desde cedo para o desenvolvimento emocional de seus filho. Seguem algumas dicas sobre como isso pode ser ensinado:
– Nomeie e descreva: Substitua a negação/punição por uma postura investigativa. Exemplo: ao invés de dizer “Não chore por isso, que escândalo”, pergunte “Porque você está se sentindo triste/com raiva?”. Ao fazer isso, você auxilia seu filho em dois aspectos: 1) Ensina que as emoções tem nomes; 2) Permite que ele identifique a origem daquela emoção. Esses são dois pontos fundamentais!
– Valide: Validar não significa aprovar e permitir o comportamento/ação emitida quando se sente determinada emoção. Mas, significa levar em consideração a existência da emoção/necessidade, mesmo quando ela for negativa. É algo do tipo “entendo que você está com raiva do amiguinho porque ele não quis te emprestar o brinquedo, mas bater nele não parece ter sido a melhor opção”. A validação é importante porque ter emoções não é uma escolha, é inato! Sendo assim, como podemos dizer para uma criança que ela não pode se sentir de determinada forma (ou que isso é errado, insano, sem sentido, etc), se nem mesmo ela tem controle sobre isso!?
– Ensine a lidar: Aqui entra a parte de ensinar seu filho de que, apesar dele não ter como escolher se deseja ou não ter certas emoções, ele é sim responsável pela forma como as conduzirá. Um exercício interessante nesse sentido, é avaliar juntamente com seu filho algumas possibilidades, fazendo um pequeno levantamento das possíveis ações a serem praticadas mediante certa emoções, levando em consideração as consequências de cada uma. No final, deixe-o optar pela ação que ele avalia como sendo a mais benéfica. Esse exercício, além de ensinar comportamentos funcionais, também impede que seu filho seja impulsivo nas atitudes.
No mês das crianças, invista um tempo para ensinar ao seu filho habilidades que podem mudar sua vida!
Gabriele Lederer – Psicóloga
Atendimento em Curitiba – Batel – E online durante o período de isolamento sugerido pelas autoridades de saúde.